Proposta Pedagógica

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Jeito Vicentino de Educar

Ao falarmos em Jeito Vicentino de Educar estamos unindo num só movimento nossa Missão, Visão e Valores, na fidelidade do Carisma Vicentino, na sua vitalidade, atualização, viabilidade e abrangência, assim como nos impactos produzidos nos projetos de vida de cada um dos sujeitos de nossa Comunidade Educativa.

O dinamismo que envolve esta mútua, e necessariamente coerente imbricação entre o pensar e o agir implica diretamente sobre seus sujeitos e protagonistas em relação, educadores e estudantes, mas também sobre as estruturas de suporte e de mediação da Missão, a própria organização e suas lideranças.

Uma gestão integrada e baseada em valores requer uma instituição de suporte que tenha um conjunto estável de crenças que balizem todas as suas ações, lideranças e colaboradores que compartilhem e se comprometem sinergicamente com esta visão.

É a partir desse conjunto estável de crenças, de valores compartilhados que se estabelecem as prioridades, se criam os projetos e suas possibilidades concretas de realização. O conjunto de valores da Educação Vicentina está organizado numa visão de complementaridade, pluralidade e complexidade que abarcam os projetos de vida de todos os sujeitos e protagonistas da Comunidade Educativa Vicentina.

Nesse sentido, os valores constituem o elemento tangível de nossas inspirações, intenções e ações. Remetem-nos ao desafio de pensar sobre a interação entre nossas convicções e práticas, entre o nosso jeito de pensar e de agir. Isso nos leva a tomar em conta, em todos os processos educacionais o ser em sua inteireza e inacabamento, compreendendo o cuidade de si, de suas relações e de sua ação no mundo, sempre numa dinâmica de coexistência compartilhada, solidária e corresponsável.

A literatura pedagógica dos finais do século XX, anunciava as prioridades educativas para o presente. Apontavam-se os conceitos-chave, os pilares de uma educação para toda a vida traduzida em educar para ser, educar para fazer e educar para conviver, mediados pelo aprender a conhecer. Na manifesta possibilidade de continuidade com esse projeto educativo subjaz a potência do novo, da tentativa de rupturas e de responder de maneira consequente aos desafios do presente.

Assumimos, desse modo, como finalidade da Educação Vicentina, o risco de impregnar nossa identidade institucional e, portanto, aquilo que nos identifica como instituição escolar, frente de missão, desse Jeito Vicentino de Educar, que não é mais que o compromisso ético, evangélico, afetivo e efetivo de contribuir significativamente para "educar crianças, adolescentes e jovens, orientados pelos valores humanos, cristãos e vicentinos, mediando o desenvolvimento de suas competências e habilidades como sujeitos proativos de transformação social" (Missão, 2018).

Nos processos de gestão da Educação Vicentina integram-se todas as ações que visam colocar em movimento a concretização de sua Missão nas unidades educativas, mobilizadas pela Visão - "inovação e qualificação dos processos educacionais" - e revestidos dos valores. Enquanto se busca a integração entre o desenvolvimento de pessoas, estratégias e recursos por meio da qualificação e inovação de seus processos num engajamento compartilhado, colaborativo e corresponsável.

A Missão da Educação Vicentina tem como sua força motriz o "espírito da Companhia", que consiste, segundo Vicente de Paulo, na "caridade, simplicidade e humildade". Este "espírito" traduz-se de forma concreta no princípio do amor afetivo e efetivo. Do amor efetivo, que se radica no encontro com o "Amado", brota o sentido da Vida. Desse encontro se chega às ações, o amor efetivo. Agimos embebidos por esse amor, agimos em Deus. Na missão (nosso agir) temos a síntese da busca do sentido do ser (a espiritualidade que nos move) e do relacionar-se (os valores, nossa marca). Sem esse "espírito" não somos Educadores Vicentinos. 

Nossas trajetórias e biografias compõem-se de uma autoria compartilhada e convivida, dialogada. Expressa-se concretamente no amor ao próximo, pois a Educação Vicentina é nossa maneira, hoje, de "servir aos pobres". Enquanto nosso "tesouro" comum, ali queremos colocar também nosso coração (Mt 6,12).

É urgente, para isso, passarmos da "pedagogia da proclamação" para a "pedagogia da demanda". Superar a lógica linear, de transmissão verticalizada e impositiva de conteúdos. Abrir possibilidades para o protagonismo compartilhado entre interlocutores da Comunidade Educativa - educadores, estudantes e famílias -, num encontro intersubjetivo, intercomunicativo, participativo e rico de sentidos para a vida, princípio e fim do processo de mediação pedagógica. Uma educação para a vida não é ponto de chegada de planos de ensino e conteúdos programáticos, mas é o movimento criativo e integrado entre o ontem, o hoje e o amanhã como momentos singulares de uma mesma existência, seja ela pessoal ou coletiva (CEEPAC, 2019).

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